Chumbinho - Com uma câmera escondida, repórter compra produto proibido pela Anvisa


No interior de São Paulo, gatos estão morrendo envenenados com chumbinho
Os donos de animais domésticos de Santa Cruz do Rio Pardo, no interior de São Paulo, estão vivendo dias de terror. Nos últimos dois meses, dezenas de gatos foram mortos, por envenenamento, pelo produto conhecido popularmente como chumbinho. Apesar de ter sua venda proibida pela Anvisa, desde outubro do ano passado, um produtor da TV TEM, afiliada da TV Globo, conseguiu comprar o veneno em uma loja da cidade. Tudo foi flagrado com o uso de uma câmera escondida.
Com a desculpa de que precisava do chumbinho para matar ratos, o produtor não teve dificuldades para encontrá-lo. A vendedora retirou o produto de uma caixa e explicou como o veneno deveria ser aplicado. Ela orientou que o veneno deve ser colocado no queijo ou na água, mas alertou: “Tem que esconder. O que pegar vai matar. Você tem cachorro? Não coloca onde cachorro tem acesso, não”.

Efeito imediato
Os gatos estão entre as vítimas fatais do "chumbinho", pois, muitos deles, saem para passear à noite, ingerem iscas com o veneno e são encontrados mortos pela manhã. O efeito do tóxico é muito rápido. Quem coloca, propositadamente, iscas com "chumbinho" (ou qualquer outro veneno) para matar o cão ou gato do vizinho não sabe que pode ser preso, pois infringe a Lei Ambiental. Além dele próprio estar correndo riscos pela manipulação e estocagem do produto.
O efeito do "chumbinho" em animais é bem rápido, aparecendo 5 a 10 minutos após a ingestão. Os sinais irão depender do tamanho do animal e da quantidade ingerida. Grandes quantidades podem causar morte súbita. Os sinais de intoxicação podem ser vários: salivação (o animal começa a babar), vômitos, diarreia, convulsão, inquietação ou prostração, incoordenação, tremores, falta de ar (dispneia), hemorragia oral ou nasal, fraqueza, pupilas contraídas, etc. O veneno causa lesões nos pulmões, fígado e rins.
Animais intoxicados são tratados com lavagem estomacal (até 2h após ingestão), sulfato de atropina para conter a maioria dos sinais causados pelo aldicarb, soroterapia para eliminar mais rápido o veneno, anti-hemorrágico, anticonvulsivantes, carvão ativado para evitar a absorção do tóxico pelo organismo, etc.
É crime comercializar o produto, e quem compra também está cometendo uma contravenção. Contra os ratos, evite acumular lixo e pense em outras alternativas ao uso de venenos, como o controle biológico.

do informativo SEDA

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